Legislação para controle de barragens avançou, mas faltam fiscais e preparo técnico.
Justiça mantém prisão preventiva de engenheiros de empresa alemã que vistoriou represa
Pouco mais de três anos separam os dois maiores desastres ambientais no Brasil. Em 2015, o rompimento de uma barragem em Mariana deixou 19 mortos, engoliu um rio e deixou impactos ambientais tão graves que ainda são sentidos nos municípios do entorno. A apenas 90 quilômetros dali, o rompimento de outra barragem de mineração em Brumadinho causou um novo mar de lama, que matou pelo menos 121 pessoas — outras 226 continuavam desaparecidas até a noite de sábado. Nos dez últimos anos, alguns instrumentos de fiscalização foram aprimorados na legislação brasileira para evitar esse tipo de desastre, mas ainda mantêm uma série de pontos cegos, que vão desde a pouca transparência sobre os monitoramentos periódicos dos empreendimentos até a falta de preparação de servidores de órgãos públicos e mesmo a carência de funcionários para garantir a fiscalização.
A fiscalização contínua é um elemento-chave na equação. Segundo engenheiros ouvidos pelo EL PAÍS, as barragens de mineração como a de Mariana e Brumadinho, que armazenam os rejeitos separados de metais comercializados nas minas, são estruturas que precisam ser acompanhadas em todas as fases (construção, operação e descomissionamento) porque podem se desestabilizar e romper, na maioria das vezes por conta da má gestão de controle da água. Ou seja, se os rejeitos se liquefazem mais do que aceitável, isso pode forçar as estruturas.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/04/opinion/1549309910_312214.html
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