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Zizek: Coronavírus, racismo e histeria

Epidemia é comparativamente branda: nos EUA, 8,2 mil já morreram de gripe, neste inverno. Mas sua imensa repercussão remete a distopias tecnológicas, cidades convertidas em desertos e desejos secretos de segregar os diferentes




Muito de nós, inclusive eu, secretamente adorariam estar na cidade chinesa de Wuhan neste exato momento, vivenciando um cenário real de filme pós-apocalíptico. As ruas desertas da cidade nos remetem à imagem de um mundo não-consumista, em paz consigo mesmo.

O coronavírus está em todas as manchetes e eu nem ousaria me considerar um especialista em medicina, mas gostaria de levantar uma questão: onde terminam os fatos e onde começa a ideologia?

O primeiro enigma óbvio é: com tantas epidemias piores acontecendo no mundo, por que essa obsessão somente com ela, enquanto milhares de pessoas morrem diariamente de outras doenças infecciosas?



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