Em tempos de conflitos comerciais e nacionalismo, diálogo para o entendimento e colaboração proposto pelo Fórum Econômico Mundial fica ainda mais difícil. Na ausência de Trump, atenções deverão se voltar para Bolsonaro.
O crescimento global está perdendo gás, enquanto conflitos comerciais estão em alta. Problemas ambientais e mudanças climáticas permanecem sem solução. Ao mesmo tempo, grandes mudanças ocorrem por causa da crescente digitalização. "Cada uma dessas questões é um grande desafio", diz Borge Brende, ex-ministro das Relações Exteriores da Noruega e atual presidente do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta terça-feira (22/01) em Davos. "Vistas em conjunto, elas são uma tarefa tremenda que só pode ser resolvida por meio da colaboração."
No entanto, há uma crescente falta de cooperação. O presidente americano, Donald Trump, é um opositor declarado dos acordos multilaterais e, em meio à paralisação do governo nos Estados Unidos, nem sequer irá a Davos. O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, também adotou uma linha nacionalista. A União Europeia está ocupada com o Brexit, populistas estão governando a Itália e outros países europeus, "coletes amarelos" estão protestando na França, o Oriente Médio é um barril de pólvora, e a China está se intrometendo em Taiwan.
O presidente do conselho executivo do Fórum, Klaus Schwab, vê a organização que ele fundou em 1971 como um instrumento de entendimento. "Diálogo para facilitar a compreensão mútua é mais importante hoje do que nunca", disse.
Já Brende acabou soando como um organizador de um festival quando listou de maneira entusiasmada os participantes deste ano. "Nós temos 37 chefes de Estado e de governo da Europa e da Eurásia, nove do Oriente Médio, seis presidentes da América Latina e seis ou sete da África", disse. "Da China vem o vice-presidente Wang Qishan, e ainda esperamos altos representantes do gabinete americano."
https://www.dw.com/pt-br/a-elite-encastelada-o-que-esperar-dedavosem-2019/a-47138984
Comentários