Justiça responsabiliza empresa por problemas neurológicos de homem que diz ter inalado herbicida acidentalmente. Ele exige 1 milhão de euros de indenização. Bayer, dona da Monsanto, avalia recorrer.
Um tribunal francês decidiu nesta quinta-feira (11/04) que a Monsanto é responsável por problemas de saúde de um fazendeiro que inalou um de seus herbicidas, em mais um revés legal para a empresa, que pertence à companhia alemã Bayer.
Na mais recente etapa de uma disputa legal que de uma década, o tribunal de apelações em Lyon deliberou em favor do agricultor Paul François, que acusa o herbicida da marca Lasso, da Monsanto –que desde 2007 é proibido na França –, de ser responsável por seus problemas de saúde e afirma que a rotulagem do produto era inadequada.
François, de 55 anos, diz que sofreu problemas neurológicos, incluindo perda de memória, desmaios e dores de cabeça, por inalar acidentalmente o agrotóxico Lasso em 2004, enquanto trabalhava em sua fazenda.
"O senhor François conclui, justificadamente, que o produto, devido à sua rotulagem inadequada, que não respeitava os regulamentos, não oferecia o nível de segurança que ele legitimamente deveria esperar", justificou o tribunal.
O veredicto, no entanto, não determinou uma compensação para o agricultor, que agora será considerada por outro tribunal em Lyon. François pede uma indenização de cerca de 1 milhão de euros.
A Bayer, que adquiriu a Monsanto no ano passado em um acordo de 63 bilhões de dólares, disse que considera todas as suas opções legais, incluindo um recurso perante a mais alta corte da França.
A gigante alemã da indústria química acrescentou que defensivos agrícolas "não representam um risco para a saúde humana se forem utilizados de acordo com os termos de uso estabelecidos na sua aprovação regulatória".
Nos EUA, a Bayer enfrenta uma onda de processos por causa do herbicida Roundup, um produto da Monsanto. O principal ingrediente da marca é o controverso herbicida glifosato, amplamente utilizado ao redor do mundo, apesar de ter sido classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "provavelmente cancerígeno" em 2015. A companhia enfrenta no país em torno de 11.200 processos envolvendo a substância.
Fonte: DW Notícias
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