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As vidas arrastadas para a nova miséria brasileira


Há quase três anos, o desemprego e a pobreza rondam a família de Janusa Santana de 63 anos. A primeira vítima foi ela própria. Em 2016, a cuidadora de idosos foi demitida de um emprego com carteira assinada em uma clínica onde ganhava mais de um salário mínimo. Meses depois, foi a vez da filha perder o posto de atendente em um mercado. As duas, que dividem uma casa de um quarto, sala e cozinha no Morro da Macumba - uma favela com 10 mil moradores na zona sul de São Paulo-, passaram então a viver com o benefício de 130 reais do Bolsa Família e uma renda variável de cerca de 500 reais provenientes de alguns bicos que Santana consegue fazer. “Tive que cortar muita coisa da minha rotina antiga e até o xampu não compro mais. Antes era muito diferente. Se eu queria mudar a geladeira, eu conseguia parcelar. Agora, não dá para comprar um sapato ou um agrado, nada. Só como também o que dá para o bolso, não o que tenho vontade", conta Santana na porta de uma unidade do restaurante Prato Bom, que oferece almoço a um real.


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