Associação dos Acionistas Críticos da Alemanha cobra que empresas alemãs no Brasil se distanciem da declaração favorável da CNI ao candidato. DW questiona as nove maiores, mas nenhuma quer comentar.
Uma associação civil da Alemanha que compra ações de empresas para cobrar delas respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente está preocupada com o silêncio de filiais no Brasil sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.
A Associação de Acionistas Críticos na Alemanha (Dachverband Kritische Aktionäre) possui pelo menos uma ação de cada empresa listada na bolsa de valores de Frankfurt e, segundo a lei alemã, tem direito a dez minutos de fala nas assembleias anuais dessas empresas – tempo que utiliza para pressioná-las e cobrar respostas.
A entidade publicou nota solicitando que as empresas alemãs no Brasil se posicionem contra a postura favorável da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em relação à candidatura de Bolsonaro, atual líder nas pesquisas eleitorais. A entidade alemã considera o presidenciável um "fascista" devido a seus elogios a torturadores da ditadura militar e suas críticas a direitos humanos.
A DW Brasil perguntou às nove maiores empresas alemãs no Brasil se elas concordavam com a afirmação do presidente da CNI sobre os empresários da indústria não terem receio de um governo Bolsonaro e indagou também a posição delas sobre essa candidatura presidencial. Nenhuma quis comentar.
Para a Mercedes-Benz, o importante é o próximo governo estar "focado na retomada e no fortalecimento da economia brasileira". A Siemens disse confiar nas instituições brasileiras e que o fundamental é "manter segurança jurídica, estabilidade política, Estado de Direito, liberdade econômica, regras claras e estáveis". A Volkswagen afirmou que apoia a democracia e a liberdade de expressão e que manterá seu plano de investimentos no país qualquer que seja o desfecho eleitoral em outubro.
O diretor da Associação dos Acionistas Críticos na Alemanha, Christian Russau, afirmou à DW Brasil que o silêncio das empresas alemãs sobre Bolsonaro faz parecer "que os empresários só pensam em seus lucros".
Confira a reportagem completa no site https://www.dw.com/pt-br/empresas-alem%C3%A3s-repetem-erro-ao-silenciar-sobre-bolsonaro/a-44969744
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