Professores, pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral, participaram do evento que discutiu sobre os danos à natureza e as atitudes éticas em relação a sua preservação, especialmente na região amazônica.
Alertar para os danos à natureza e despertar atitudes éticas em relação a sua preservação, especialmente na região amazônica, estão entre as temáticas abordadas no primeiro Giro de Conversa sobre Meio Ambiente realizado na última quarta-feira (5), no Auditório Willi Ross, do Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Professores, pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral, participaram do evento que foi uma parceria entre o Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento e o Grupo de Filosofia Temática (GFT), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UFPA, que fez parte do ciclo de eventos ambientais da Universidade, em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
Mediado pelo bolsista do Trópico, Wallacy Gomes, a mesa-redonda deu início com o professor Sérgio Nunes, coordenador do curso de Filosofia da UFPA por meio de videoconferência. Ele destacou a importância da ética ecológica e da educação ambiental, para que se possa estabelecer na sociedade uma nova condição ética, no qual se respeite a natureza enquanto organismo vivo e seu ecossistema, aspectos fundamentais que nos mantém vivos, assim como o planeta.
Sobre os aspectos climáticos e meteorológicos, o professor Breno Imbiriba, do Instituto de Geociências da UFPA, explicou acerca da mudança climática como um fator determinante para os impactos ambientais ao longo dos anos. “Emissões de gases de efeito estufa é o fator principal do aquecimento global. É como se você colocasse um cobertor em cima da Terra e todo o calor que vem do Sol ficasse preso aqui. Esses gases já existem no nosso planeta, inclusive é o que mantém o nosso planeta agradável para se viver. Mas se você injetar maior quantidade e mudar esse processo biológico, você causa esse desequilíbrio que tem um efeito global, mas certamente local, gerando o aumento da velocidade dos ventos, diminuição das chuvas e deixando a região mais árida ”, destaca o professor.
A professora Denise Cardoso, antropóloga e especialista em comunidades indígenas e quilombolas, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UFPA, destacou os problemas ambientais gerados pelo contexto econômico e social do capitalismo, responsável pelo consumo excessivo e o aumento do descarte de resíduos sólidos, como na cidade de Belém, que vem sofrendo com essa problemática do lixo nos últimos anos. Além disso, a professora enfatizou a importância de se respeitar a diversidade.
“Não podemos desconsiderar os modos de vida das comunidades da região amazônica, como também a dos animais que aqui habitam. Quando se fala em meio ambiente, se fala de vida. Acreditar que o melhor é o desenvolvimento é um pensamento marcado pelo atraso do século XIX. Como eu trato as outras pessoas e a natureza como recurso, faz toda a diferença. É preciso respeitar a diversidade, a vida e o outros”, enfatizou Denise.
Acerca dos saberes locais da região do Marajó, o professor Agenor Sarraf, do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da UFPA, apresentou os saberes dos povos da Amazônia, a partir das perspectivas ambientais, suas crenças e tradições culturais e como elas se relacionam com meio ambiente de maneira sustentável. Já a discente do curso de Filosofia da UFPA Patrícia Rocha, discutiu sobre a sua pesquisa de Tese de Conclusão de Curso, os desastres ambientais causados pelas mineradoras e empresas multinacionais na região de Barcarena, no Estado do Pará.
O professor Thomas Mitschein, coordenador do Programa Trópico em Movimento, ao finalizar o giro de conversa, ressaltou os aspectos econômicos, políticos e sociais, que numa escala global, enfrenta problemas ambientais sérios como as mudanças climáticas, que interferem diretamente na qualidade de vida das pessoas. “Se não conseguirmos mudar essa realidade, por meio de uma solução integrada, com todas as nações e regiões, não iremos reverter esta situação caótica do ponto vista ambiental que se encontra o planeta”, destacou o professor.
Por Karina Samille Costa
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