Para o Facebook somos o produto, não o cliente”, repete o teórico da mídia estadunidense Douglas Rushkoff desde 2011. Embora o episódio Cambridge Analytica e o comparecimento de Mark Zuckerberg perante o Senado norte-americano tenham abalado a opinião pública, o que realmente chamou a atenção deste escritor e documentarista de 57 anos foi “como as pessoas ficaram surpresas”. “O plano de negócios do Facebook – assegura ele, falando do subúrbio novaiorquinho de Hastings-on-Hudson, onde reside – sempre foi extrair dados da atividade das pessoas, para vendê-los em seguida”
As críticas do professor de Teoria dos Meios e Economia Digital da Universidade do Estado de Nova York à empresa de Mark Zuckerberg podem ser estendidas também à maioria das grandes companhias fundadas em tempos de economia digital. Em seu último livro, Throwing Rocks at the Google Bus: How Growth Became the Enemy of Prosperity [Atirando pedras no ônibus do Google: como o crescimento converteu-se no inimigo da prosperidade], editado pela Penguin Books nos Estados Unidos, o teórico de meios argumenta que empresas como Amazon, Netflix ou iTunes acabando utilizando a rede – que a seu ver prometia ser mais uma ferramenta de utilidade pública que uma plataforma comercial – para reviver as piores práticas do capitalismo industrial — agora, porém, “funcionando com esteroides digitais”.
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