top of page

O sonho de entrar na Europa via Ceuta

Nas montanhas do Marrocos, milhares de migrantes africanos esperam por uma chance de cruzar a cerca que protege o enclave espanhol de Ceuta. O arame farpado de seis metros de altura não intimida os que chegaram até ali.



Moussa caminha lentamente de volta para o seu esconderijo nas montanhas marroquinas, com a cabeça baixa para não chamar atenção no meio da mata. O guineense não quer ser descoberto pela polícia marroquina. Graças a seu casaco militar camuflado, ele consegue ficar quase invisível.


Mas a polícia continua sempre encontrando o esconderijo dele. Certa manhã, os guardas voltaram ao vale onde Moussa e seus amigos moravam há seis meses. Novamente, os policiais destruíram tudo o que acharam. As caixas de papelão que serviam de cobertores para os jovens foram destruídas, assim como a pouca comida que tinham: pacotes de macarrão abertos e algumas batatas mofadas.


"Olha só", diz Moussa, apontando para os restos de um saco cheio de palha que ele usava de colchão e agora está rasgado e espalhado pelos arbustos.

"A vida aqui é um inferno", dizem os migrantes. Mas desistir não é uma possibilidade. Ou eles acham um jeito de atravessar a cerca de Ceuta, enclave espanhol no Norte da África, ou vão ficar ali mesmo, no Marrocos, afirmam.


Todos vivenciaram horrores na travessia do deserto do Saara. Eles nunca desistiriam só por causa de arame farpado com seis metros de altura. Pouco importa o que a polícia marroquina faz com eles, pouco importam os ferimentos que sofrem em suas tentativas de transpor a cerca. As cicatrizes nos tornozelos de Moussa revelam quantas vezes ele já tentou.


Saiba mais em https://www.dw.com/pt-br/o-sonho-de-entrar-na-europa-via-ceuta/a-45195973


4 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page