Mauríco Moura, da consultoria Idea Big Data, não crê ser factível a contenção das notícias falsas pela via tecnológica
Em fevereiro, Mauricio Moura, da consultoria Ideia Big Data, dizia que a eleição deste ano era sobre a indignação, numa espécie de efeito retardado dos grandes protestos de 2013, e que, no segundo turno, Jair Bolsonaro seria o favorito para bater o PT. Agora, a dias da votação decisiva que escolherá o próximo ocupante do Palácio do Planalto, Moura volta a conversar com o EL PAÍS. Primeiro, aposta que a votação do primeiro turno e a onda conservadora "liberta o eleitorado brasileiro de diversos clichês". "Um deles era a falsa premissa que o eleitor brasileiro teria uma atitude moderada ou de 'centro' perante a atual conjuntura", diz. Afirma ainda que a disseminação de mentiras via WhatsApp chegou a níveis "estratosféricos", mas não crê que o fenômeno pode explicar sozinho o impulso de Bolsonaro na reta final do primeiro turno. Moura, que também fez campanha nos EUA, projeta, em caso de vitória do deputado de extrema direita, a continuação da política de redes sociais, uma radicalização do que Donald Trump já fez nos EUA. Não vê o antipetismo como uma onda duradoura: "Em 2022, a eleição não será mais sobre Lula (depois de muitas) e isso é o caminho para, quem sabe, enterrar esse sentimento antipetista que pautou esse pleito."
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/23/politica/1540318797_961408.html
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