Segundo Colin Crouch (2015), o domínio, exercido pelos mercados financeiros no âmbito da economia global, está visivelmente colocando em xeque o uso sistemático do conhecimento técnico acumulado dentro das próprias empresas internacionais. Em certos casos, como a poluição do Golfo de México pela British Petrol (BP) em 2010 ou o acidente nuclear em Fukushima no Japão em 2011, não havia falta de engenheiros e de geólogos para chamar atenção aos problemas de segurança desses empreendimentos. Mas a sua lógica gestora, ancorada numa política de preços que passa longe da “verdade ecológica” (Von Weizaecker, 1995), fez com que os ditames financeiros tenham sido priorizados numa cultura empresarial, a escola marxista explicaria que essa fé seria movia pelo aparente “poder transcendental do dinheiro”. Com isso, a avaliação do cientista político britânico se aplica perfeitamente bem ao rompimento das barragens de rejeitos minerais em Mariana e em Brumadinho ocorridas no Estado de Minas Gerais e que devastou as bases socioambientais de milhares de pessoas.
De qualquer maneira, ambos os desastres servem de alerta para um Estado Amazônico como o Pará, cuja economia gira cada vez mais em torno da mineração. Finalmente, tal Estado também sofre os impactos das oscilações dos preços globais para insumos minerais que, certamente, não são incentivo algum à empresas, como a Vale, e nem para aumentar os seus gastos com projetos de conservação ambiental. Por isso, ainda enfrentam a fragilidade de instituições públicas como a Agência Nacional de Mineração, já que apenas 160 funcionários respondem pela monitoração de centenas de barragens que estão espalhados no Brasil inteiro.
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