A história de uma empregada doméstica de raízes indígenas numa família branca de classe média e o sucesso da atriz principal, Yalitza Aparicio, reacendem debate sobre classismo, diversidade e intolerância no México.
Classismo e racismo são os principais temas abordados em Roma, filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón. O sucesso da obra deu a volta ao mundo e bateu recordes em premiações internacionais. Concorre em dez categorias no Oscar deste ano, incluindo a de melhor filme, nomeação raramente concedida a produções estrangeiras. Sua protagonista, Yalitza Aparicio, também tem sido ovacionada pelo público, ao mesmo tempo em que recebe fortes críticas por sua ascendência indígena.
A atriz de 25 anos tem mãe da etnia triqui e pai mixteca, ambos originários de povos indígenas do estado de Oaxaca, no México. Em Roma, ela interpreta Cleo, empregada doméstica de uma família de classe média na Cidade do México. A personagem é inspirada em Liboria Rodríguez, babá de Cuarón durante a infância.
Cleo expõe as desigualdades raciais e sociais dos povos indígenas no México. Tanto a personagem quanto a própria atriz têm sido tema de controvérsias. Por um lado, a sociedade se orgulha de mostrar o verdadeiro México; enquanto, para outros, Aparicio e Cleo têm histórias de vida que não merecem ser contadas.
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