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Sob o domínio dos primários, Brasil empaca seu desenvolvimento

O legado do governo inclui uma contribuição para o aumento da dependência do País em relação às commodities


Entre as bombas econômicas deixadas pelo governo Temer sobressai sua contribuição para o aumento substancial da dependência em relação aos produtos primários, setor em que o Brasil tem competitividade indiscutível, mas nunca encaminhou país algum ao desenvolvimento.


Em 2018 a soja, o petróleo e o minério de ferro atingirão, somados, 30,5% das exportações, um recorde nos últimos anos, prevê a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A forte reprimarização, na contramão do percurso dos países avançados e dos emergentes bem-sucedidos, fica ainda mais evidente quando se constata que nove dos dez principais produtos exportados pelo Brasil são commodities e só um deles, os automóveis, é manufaturado.


Até 2007, calçados e autopeças, por exemplo, costumavam figurar no grupo do topo. Este será também o quarto ano consecutivo em que o valor nominal das exportações brasileiras de manufaturados ficará abaixo daquele de 2007, de 83,9 bilhões de dólares. Os totais foram 80,2 bilhões em 2014, 73 bilhões em 2015, 74 bilhões em 2016 e 80,2 bilhões no ano passado.


A guerra comercial entre Estados Unidos e China, a crise nuclear crônica EUA versus Irã, as dificuldades da Argentina e a debilidade da própria economia brasileira intensificarão as oscilações e a volatilidade típicas do mercado de commodities. A volatilidade é definida como a característica de uma mercadoria ou mercado de subir ou cair de preço de modo drástico em curto espaço de tempo.


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