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Tragédia em Brumadinho: Quantos erros ainda serão necessários até que a Vale aprenda?

Dez dias após o rompimento da barragem, Fiocruz alerta para doenças que podem acometer a cidade e fazer perdurar essa tragédia por meses, a exemplo de Mariana


Enquanto as equipes de buscas seguem incansáveis, de sol a sol, atrás de novas vítimas do desastre causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, outras faces dessa tragédia começam a dividir a atenção do poder público. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez nesta terça-feira um alerta para as epidemias que podem assolar a cidade após a passagem do mar de rejeitos da mineração. A luz vermelha está acesa para surtos de dengue, febre amarela e esquistossomose, essa última já prevalente na cidade. A exemplo do pequeno município de Barra Longa (MG), vizinho a Mariana, que viu os índices de diversas doenças —como ansiedade, diabetes, dermatite, dengue, hipertensão e parasitoses— saltarem nos meses seguintes ao rompimento da barragem da Samarco, em 2015, a Fiocruz traça agora uma previsão que pode castigar ainda a mais a já debilitada Brumadinho, de quase 40.000 habitantes.


Para além dos traumas e das perdas inestimáveis que os cidadãos de Brumadinho estão sofrendo, essa tragédia pode persistir no cotidiano de seus moradores e se estender por quilômetros do local de origem ao longo de meses, e até anos. As enfermidades mencionadas pela Fiocruz podem surgir em decorrência de alguns fatores, como o contato com a lama com materiais tóxicos e a contaminação das águas do rio Paraopeba, cujo curso passa por ao menos 21 cidades. Especialistas alertam que a descarga de lama no leito do rio pode fazer com que alguns dos seus trechos simplesmente desapareçam. “Alguns trechos do rio poderão virar poeira”, afirmou Mariano Andrade da Silva, do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastre em Saúde. E essa poeira pode ser tóxica, causando doenças respiratórias e de pele, por exemplo.


https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/05/politica/1549395601_506614.html

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