Em seu estudo sobre crescimento, pobreza e violência em Belém, realizado no ano de 2006, Mitschein, Chaves e Miranda mostram que 67% dos agressores se situam na faixa etária de 18 a 24 anos, são em sua esmagadora maioria do sexo masculino, solteiros e revelam baixos níveis de instrução educacional e profissional.
Perguntados sobre as causas do avanço da violência na Capital Paraense, os entrevistados -envolvidos no mencionado estudo- destacaram fatores como: a falta de oportunidades de trabalho para os setores populares, as insuficiências da educação pública, as expressivas tendências da desestruturação das famílias e a incipiente auto-organização do próprio povo. Além disso, externaram com uma enorme lucidez a convicção de que qualquer estratégia contra a violência pressupunha a viabilização de políticas que enfrentem com determinação a dramática segregação social entre os bairros periféricos e as áreas nobres de Belém.
Contudo, duvidavam que aqueles que dispõem de poder político e econômico na maior metrópole do Pará, estivessem de fato interessados por tal problemática. E, nesse ponto específico, não estavam muito longe da realidade. Isto, pelo menos, é o que sugere o recém-publicado Atlas da Violência – 2018, transmitindo que Belém possui cerca de 77 homicídios por 100 mil habitantes e tem se tornado a capital mais violenta do Brasil. Diante desse quadro dramático, o Trópico lançará em breve o livro: “A VIOLÊNCIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM – Como enfrentar um cenário de guerra não declarada que castiga primordialmente os jovens de 12 a 19 anos”. O seu autor é o estatístico paraense Jadson F. Chaves.
Por: Beatriz Ferreira
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