Atualmente na oposição, Partido Verde atinge seu auge e lidera pela primeira vez a preferência do eleitorado em pesquisa de opinião. Insatisfação com governo formado por conservadores e social-democratas chega a 72%.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (06/06) consolidou o crescimento do Partido Verde na Alemanha. A sigla obteve o recorde de 26% das intenções de voto, um ponto percentual à frente da aliança conservadora da União Democrata Cristã (CDU) – da chanceler federal Angela Merkel – e da legenda irmã União Social Cristã (CSU), segundo sondagem da Infratest.
O resultado da pesquisa Deutschlandtrend apontou um aumento de seis pontos percentuais para os verdes em relação às eleições legislativas para o Parlamento Europeu no mês passado. No pleito europeu, o partido ambientalista ficou em segundo lugar entre os eleitores alemães, com 20,5% dos votos e atrás somente do bloco conservador encabeçado por Merkel.
Em outro resultado significativo para os verdes, os líderes do partido – Robert Habeck e Annalena Baerbock – ficaram em quarto e em sexto lugar, com 36% e 26%, respectivamente, na lista de políticos nacionais preferidos.
Merkel manteve a liderança na preferência do eleitorado alemão, com 53% de apoio, apenas dois pontos percentuais abaixo do resultado obtido na pesquisa Deutschlandtrend de maio.
Por outro lado, Annegret Kramp-Karrenbauer, que em dezembro assumiu a posição de Merkel como líder da CDU, caiu 12 pontos percentuais e somou 24%. A pesquisa perguntou a 1.500 alemães como eles votariam caso houvesse uma eleição no próximo domingo.
O resultado ruim de Kramp-Karrenbauer – popularmente conhecida como AKK – representa sua classificação mais baixa numa sondagem Deutschlandtrend. Apenas 27% dos entrevistados afirmaram que ela seria uma boa chanceler federal alemã.
Populistas à frente dos social-democratas
Nas questões relativas a preferências partidárias, os entrevistados colocaram a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) em terceiro lugar, com 13%, à frente do Partido Social-Democrata (SPD), membro da coalizão do governo Merkel, que somou 12%.
O SPD está em busca de uma nova liderança após a renúncia de Andrea Nahles na semana passada. Os resultados da atual pesquisa são os piores já registrados tanto para os conservadores de Merkel quanto para os social-democratas.
O Partido Liberal Democrático (FDP) se manteve na casa dos 8%, enquanto a legenda A Esquerda caiu para 7% – uma queda de dois pontos percentuais em relação ao mês passado.
Outra sondagem divulgada nesta quinta-feira, dessa vez pelo instituto de pesquisa Forschungsgruppe Wahlen, colocou os conservadores de Merkel com 27% das intenções de voto, seguidos de perto pelos verdes, com 26%.
Insatisfação com o governo Merkel
Em outra pesquisa, a Infratest questionou mil eleitores sobre a satisfação com o governo Merkel: 72% responderam que estavam um pouco ou completamente insatisfeitos com o trabalho da coalizão entre conservadores e social-democratas – um aumento de dez pontos percentuais em relação ao mês passado. Apenas 28% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos.
Uma pesquisa separada da YouGov mostrou que uma maioria de 52% disse querer novas eleições federais. Apenas 27% dos entrevistados defenderam a continuação do governo de coalizão de Merkel.
Uma possível futura coalizão preferida por 25% dos entrevistados seria formada pelos verdes, os social-democratas e A Esquerda. Em seguida, a chamada coalizão Jamaica, entre conservadores, verdes e liberais, veio com 15%, pouco à frente de um cenário de conservadores e verdes, com 14%.
Entre os eleitores do Partido Verde, 54% esperavam que o partido entrasse numa aliança com o SPD e A Esquerda. Apenas 25% dos entrevistados optaram pela aliança com a CDU, nos moldes dos governos estaduais de Hessen e Baden-Württemberg.
A coalizão de governo de Merkel – negociada em meses de disputas após as eleições gerais de 2017 – tem mandato nominalmente até 2021.
Os próximos desafios eleitorais para os conservadores serão em setembro e outubro, quando ocorrem as eleições legislativas em Brandemburgo, Saxônia e Turíngia, três estados do leste da Alemanha, onde a AfD tem obtido resultados significativos em pleitos e pesquisas.
Fonte: DW Notícias
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